Cinco Evidências para Saber se seu
Filho é Mesmo um Cristão
Cinco Evidências para Saber se seu Filho é Mesmo um Cristão
Brian Croft17 de Fevereiro de 2014 - Família
Como pais, todos nós lutamos com essa pergunta e tenho
observado que, no geral, há dois extremos que devem ser evitados. O primeiro é
agravado pela falta de discernimento que muitas igrejas demonstram quando
estendem os chamados ao altar, para crianças de 4 e 5 anos de idade,
pedindo-lhes que levantem as mãos se eles amam a Jesus e, logo, são batizados
como seguidores de Cristo, como convertidos.
O segundo é, frequentemente, uma reação
contrária à primeira. Esse extremo evita que tanto os pais como os pastores
afirmem a conversão de um menino até que seja um adulto, independente da
autoridade e cuidado de seus pais. Enquanto a relutância em ambos os casos é
algo justificável, creio que deve-se encontrar um equilíbrio, a fim de
discernir uma evidência bíblica, de que um menino, adolescente ou jovem adulto
tornou-se uma nova criatura em Cristo.
Cinco Evidências
Partindo do óbvio, que não somos Deus e não podemos ver o
coração de ninguém, creio que há certas evidências que podem nos ajudar a
discernir a legitimidade da profissão de fé de um menino ou
adolescente. Tomando como referência os cinco sinais da verdadeira conversão de
Jonathan Edwards, aqui estão cinco evidências que utilizo, frequentemente, como
um modelo quando se trata dessa questão:
1. Uma
afeição crescente e necessidade por Jesus e pelo Evangelho.
2. Uma
maior compreensão das verdades da Escritura.
3. Aumento
da bondade e generosidade para com seus irmãos.
4. Uma
maior consciência e desgosto pelo pecado.
5. Desejo
acentuado de obedecer a seus pais.
Em minha experiência como pai e pastor, percebi que a idade
não é o indicador mais importante para determinar a verdadeira conversão. Em
vez disso, é prudente buscar essas evidências de acordo com cada idade em
particular. Por exemplo, um jovem de 16 anos de idade articulará sua
compreensão acerca do Evangelho de maneira diferente e mais completa que um
menino de 10 anos. O mesmo pode ser dito do desejo de um menino de obedecer a
seus pais ou mostrar um espírito altruísta para com seus irmãos. Estas coisas parecem
diferentes dependendo da idade, e nossas expectativas devem levar isso em
conta.
No entanto, devemos observar os frutos de alguma maneira, e
eu descartaria firmemente qualquer afirmação da conversão de um menino, sem algum tipo
de evidência tangível, além de uma profissão de fé verbal. Por outro lado,
porém, advirto os pais e pastores para que não caiam na armadilha de exigir
mais de um menino além daquilo que pode ser razoavelmente esperado e observado
na sua idade.
Cinco perguntas
Tenho aqui cinco perguntas que devem ser consideradas na
busca por evidências anteriores e na avaliação da condição espiritual de um
menino:
1. Meu
filho aparenta amar verdadeiramente Jesus?
Os meninos comumente fazem e dizem o que lhes falamos para
fazer e dizer, pois acreditam que devem crer no que falamos a eles. Quando se
trata de dizer: “Eu creio em Jesus”, os pais podem manipular uma
resposta até mesmo com a melhor das intenções. Em vez de persuadi-los a dizer
as palavras corretas, devemos buscar que o menino tenha afeição genuína por
Jesus, e tratar de confirmar, da melhor maneira possível, se esse afeto está
enraizado naquilo que Jesus fez para salvá-los de seus pecados, através de sua
morte e ressurreição.
2. Meu
filho busca conhecer a Palavra de Deus de forma independente?
Leio a Bíblia com meus filhos antes mesmo que eles pudessem
ler. O que mais me chamou a atenção, porém, foi quando a minha filha mais velha
começou a ler e tratar de entender a verdade, sem a minha insistência. Lia as
Escrituras por conta própria e logo me fazia perguntas. Estes comportamentos
revelam o que minha esposa e eu identificamos como um desejo genuíno de
conhecer a Palavra de Deus, independentemente de qualquer um de nós.
3. Meu
filho mostra uma maior compreensão das verdades espirituais profundas?
Uma evidência útil de que meu filho mais velho havia se
convertido ocorreu um ano depois de sua conversão. Ao terminar de ler o livro
de João, em nosso estudo da Bíblia, nas quartas-feiras pela noite, meu filho
contou que estava triste de ter perdido a última semana que consistia em um
resumo do livro. Eu perguntei por que ele estava triste, já que ele havia
estado ali durante todo o livro, e ele me respondeu: “Sinto que lembro muito
bem dos três últimos capítulos de João, mas não me recordo muito bem dos
primeiros”. Foi ali que percebi que havíamos começado o estudo de João um
pouco depois de sentirmos que nosso filho havia se convertido. A palavra “despertar”
é uma maneira útil de entender a conversão, não apenas nos adultos, mas também
nas crianças. Observe se seu filho/filha entende, melhor do que antes, as
verdades acerca de Deus, o Evangelho e a Bíblia. Você tem notado nele um
despertar espiritual?
4. Meu
filho está demonstrando fruto espiritual contra sua personalidade?
É comum confundir o fruto espiritual com os aspectos
positivos da personalidade do filho. Por tal razão, temos que conhecer as
diferentes características da personalidade de cada filho antes de podermos
discernir o verdadeiro fruto espiritual. Por exemplo, meu filho é uma pessoa
extrovertida, ama a gente e sempre amou os irmãos em nossa igreja. Portanto, o
amor pela igreja local, apesar de ser um fruto da conversão, não era o melhor
dado para discernir a conversão de meu filho, pois ele tende a nos amar de
maneira natural. Minha filha mais velha, porém, não nos amava de maneira
espontânea, algo que mudou notavelmente depois de sua conversão. Em resumo, é
importante avaliar honestamente a personalidade de seu filho e buscar
evidências de fruto sobrenatural,que pareça contrário a sua personalidade.
5. Há
remorso pelos pecados diários, de forma independente?
Minha esposa e eu percebemos que é útil observar se nosso
filho sente pesar por seupecado, além de qualquer disciplina,
correção ou castigo. Um pai pode fazer com que um filho sinta-se “culpado”
pelos pecados, contudo, isso não significa, necessariamente, que Deus, por seu
Espírito, o tenha levado à convicção. Busque momentos quando um filho fere um
irmão com suas palavras e pede desculpas por conta própria. Observe se seu
filho vem até você e confessa uma mentira, antesdela ser descoberta, e não por
outra razão (aparente), mas pelo fato de seu próprio coração e consciência
serem condenados pelo Espírito Santo.
Compreenda que este é um terreno difícil. Como pai e pastor,
tudo o que procede deve ser aplicado, segundo cada caso. Apesar de que muitos
de nós podemos estar em lugares diferentes neste espectro, devemos, no entanto,
tratar de evitar os extremos em ambos os lados. Encontrar um bom lugar no
centro, como ponto de partida, e a partir dali ser sábio, avaliar com
honestidade e orar para que o Deus misericordioso que regenera os adultos,
adolescentes e meninos, igualmente, nos dê discernimento, paciência e graça.
Fonte: The Gospel Coalition
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